Fez ontem um mês que ficámos privados da companhia do nosso Querido Colega e Amigo Dr. João Luís Lopes dos Reis.
Pensei que, passado o choque brutal da notícia da sua partida, conseguiria dizer-lhe, nesta sua casa de eleição, que tanto dignificou e enriqueceu com o brilho da sua invulgar inteligência e cultura, o quanto sinto a sua falta. Erro meu...
Um mês de silêncio, de saudade que cresce e se agudiza em cada dia que passa, em nada me ajudou a encontrar palavras capazes de exprimirem a minha enorme tristeza pela perda do Amigo, do Homem, do Jurista, do Investigador que quanto mais eu conhecia mais respeitava e admirava. O Amigo  que a vida tanto tardou em me dar e tão injusta e abruptamente me tirou. O Homem extraordinário que, sob uma capa de dureza, ocultava uma alma sensível e boa do tamanho do mundo, um invulgar sentido de justiça,  uma excepcional nobreza de carácter.  O Jurista  brilhante e culto que tão generosamente partilhava connosco a riqueza dos seus extensos e sólidos conhecimentos. O investigador sério e rigoroso que aliava a uma excelente capacidade de análise e síntese um vigoroso poder de argumentação crítica, inteligente e lúcida, sempre ricamente fundamentada e exposta numa linguagem simples e acessível própria dos grandes mestres.
(...)

Maria da Conceição Valdágua